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Luz: o elo obscurecido da saúde


Ainda estamos no limiar da plena compreensão da complexa relação entre a luz e a vida, mas agora podemos dizer enfaticamente que o funcionamento de todo o nosso metabolismo depende da luz.

Fritz Albert Popp - biofísico

A Luz no âmago de nossa biologia

Não apenas somos seres eletromagnéticos, mas a luz também está no cerne da nossa biologia no sentido de, por exemplo, o DNA emitir biofótons.

Todo nosso organismo é esculpido e sintonizado pela luz.

Os predecessores do olho não foram feitos para ver, mas apenas para distinguir as variações de intensidade da luz durante o dia e ao longo do ano - para a sincronização do ritmo circadiano.

Essa função primordial que dá surgimento aos olhos ainda está gravada indelevelmente no fulcro do seu funcionamento,

olho é um relógio cósmico

É basicamente um clichê dizer que o sol é a fonte da vida, mas o impacto deste fato não habita a consciência de grande parte da humanidade, pelo contrário, o sol tem sido nas últimas décadas mais encarado como fonte de doenças e riscos para a saúde.

A alternância diária entre a luz e escuridão é chamada de ciclo circadiano. O estudo da influência desse ciclo nos seres vivos é a biologia circadiana.

Nossa biologia está sintonizada e programada em cada mínimo detalhe para detectar a luz - em seus diferentes espectros, inclusive os invisíveis - e suas variações.

Nosso olho pode perceber um único fóton. Temos receptores de luz na pele, e quase 50 % do nosso cérebro está conectado com informações visuais.

O trabalho pioneiro de John Ott

John Ott é conhecido por ter popularizado e aperfeiçoado a técnica de fotografia em time-lapse, nas décadas de 50 e 60, com filmes de plantas crescendo e flores desabrochando, sendo contratado para uma série de filmes da Dysney (Secrets of Life, 1956).

Por causa dessas experiências com as plantas, Ott começou a perceber fatos muito interessantes.

Por exemplo, quando ele estava fotografando uma planta de abóboras, flores masculinas nem chegavam a abrir e já apodreciam.

Desconfiando que era o tipo de iluminação, trocou a lâmpada por outra, com diferente amplitude de espectro, e nesse caso, afetou as flores fêmeas. Apenas depois de conseguir um espectro mais completo, teve sucesso na polinização e na formação de abóboras.

Depois disso, aconteceu um episódio com ipomeias, em que as flores caiam antes de desabrochar, e isso acontecia mesmo ao ar livre. Ott percebeu que o o flash das fotografias que eram tiradas durante a noite causavam essa disfunção.

Quando estava registrando o desenvolvimento de uma maçã na macieira, que estava dentro de uma estufa, a maçã não amadurecia, quando ele retirou os vidros - que bloqueavam a radiação ultra-violeta, a maçã amadureceu. A maçã não amadurece sem a presença dos raios ultravioleta.

A partir dessas e de inúmeras outras observações, Ott foi ficando muito intrigado e interessado no efeito das diferentes frequências da luz e do espectro completo natural nos seres vivos.

E iniciou uma jornada fascinante de pesquisas.

Começou a observar e estudar os efeitos da luz a nível microscópico.

Ott começou a utilizar o time lapse em microfotografias e presenciou acontecimentos que ninguém havia visto ou talvez suspeitado.

Ao observar os movimentos das células em uma espécie de capim, aprendeu que as células se comportavam de maneira bastante diferente sob diferentes luzes coloridas.

Essas células se moviam e funcionavam em um padrão estabelecido quando expostas a qualquer condição de luz solar natural. No entanto, este padrão era quebrado e as células se comportavam de maneira confusa ou até mesmo ficavam paralisadas e se aglomeravam quando determinados filtros de cor eram usados ​​na luz do microscópio.

Sua busca logo o levou a células de animais. Então, novamente, descobriu que poderia criar mudanças radicais nas células, trocando de cor no microscópio. Poderia aumentar sua atividade metabólica e até matá-las.

Foi durante a realização de uma série de experimentos em que células individuais foram sendo fotografadas à medida que certas drogas eram introduzidas, que Ott notou que ao mudar os filtros da lente da câmera de uma cor (ou comprimento de onda) para outra, podia afetar mais o comportamento das células do que as próprias drogas.

A pesquisa dele foi bem intensa e está detalhada no livro "Health and Light" e no documentário "Explorando o espectro".

Tudo isso que citei é mostrado no documentário acima, com as imagens originais, VER os efeitos da luz nas células e os resultados nos animais é bem mais didático do que apenas ler.

Experiências com grupos de ratos, que ficaram em vários tipos de iluminação mostrou que a luz afeta o comportamento, a vida sexual e a saúde em níveis profundos. Um tipo lâmpada fluorescente gerou câncer nas caudas e diminuição do período de vida.

O que na verdade fica claro nesse estudo é que não é uma frequência de cor específica que causa os problemas, mas a falta de algumas frequências na iluminação artificial.

Ott também visitou aquários e constatou que a iluminação era crucial para a sobrevivência de algumas espécies de peixes e para o desenvolvimento sexual também.

Ampliou sua pesquisa para seres humanos, visitando restaurantes, presídios, escolas, etc.

Em uma escola com iluminação de lâmpadas fluorescentes normais instalou uma câmera na sala de aula durante um período para registrar o comportamento dos alunos.

Depois a lâmpada foi trocada por uma de espectro completo, similar ao da luz do sol. Os resultados foram bem interessantes. Os alunos, de modo geral, ficaram mais tranquilos e um deles especificamente mudou radicalmente - tinha problemas de aprendizado e era considerado hiper-ativo, com a mudança na luz, seu comportamento mudou e evoluiu drasticamente no aprendizado.

Aqui está o trecho da filmagem:

Em relação à nossa saúde, após décadas de estudos e centenas de experimentos, John Ott concluiu:

"O ser humano moderno não se expõe à luz natural suficientemente e está excessivamente submetido à luz artificial, isso modifica a química do cérebro e os ritmos circadianos vitais. Essa síndrome contemporânea é uma epidemia silenciosa chamada má-iluminação."

As pessoas ficam doentes por deficiência de certos nutrientes e excesso de outros e também por deficiência de certas frequências de luz e excesso de outras.

RITMO CIRCADIANO

O termo ritmo circadiano vem do latim circa (que significa aproximadamente) e diem (dia).

O ritmo circadiano mais óbvio é o ciclo sono-vigília, e dentro dele existem variações na temperatura corporal, liberação de hormônios e até mesmo de expressão gênica.

A estrutura principal desse sistema regulador é o núcleo supraquiasmático (por vezes abreviado NSQ) mediante a estimulação ou inibição da secreção de melatonina pela glândula pineal.

Todas as células do corpo possuem genes-relógios, que como o nome diz, agem como pequenos relógios celulares, acompanhando a hora do dia. Esses genes são influenciados principalmente pela luz.

Nosso corpo é composto por trilhões de células, e portanto trilhões de relógios. Eles se comunicam para acompanhar o ritmo circadiano, que governa todos os aspectos de nossa biologia.

Dado que a coordenação rítmica entre as células é tão crucial, não é surpreendente que pesquisas continuamente revelem problemas de saúde associados a distúrbios no ritmo circadiano.

Algumas funções estão programadas para acontecer na ausência de luz, de noite e durante o sono e outras, durante o dia.

Um rompimento dessa coordenação não apenas leva a uma sensação de jet leg perpétuo, que de fato está acontecendo - uma espécie de jet leg cósmico e visceral - já que estamos em desacordo com os ciclos da Natureza, que existem não só lá fora, no céu e a nossa volta, mas dentro de nós, no centro do nosso cérebro, e em cada célula... não é a toa que essa falta de ritmo se revele em:

• Taxas mais altas de câncer

• Doença cardíaca

• Obesidade

• Resistência à insulina (levando ao diabetes)

• Resistência à leptina

• Alzheimer e outras desordens degenerativas do sistema nervoso

• Problemas oculares como miopia, catarata, degeneração macular, etc.

• Doenças auto-imunes

• E muito mais

Uma pesquisa rápida sobre os problemas da privação de sono para a saúde revela que hipertensão, problemas cardiovasculares, diabetes, problemas cognitivos diversos, como Alzheimer, deficiências imunes, etc. já estão bem documentados na literatura médica.

E, quase todos nós, vivemos isso em algum grau - que é uma parte da disrupção circadiana.

O modo como acordamos e nossa exposição ao sol influencia diretamente o sono. O que você faz no começo do dia, influencia o que ocorre no fim do dia, e vice-versa.

Vou retornar a isso ao fim do artigo com dicas.

LUZ DE NOITE

Sabemos que não é bom tomar café de noite. A cafeína altera o metabolismo natural que resulta em sono e portanto, de noite, atrasa o relógio corporal circadiano.

Em um estudo, 200mg de cafeína (equivalente a um expresso duplo) 3 horas antes de dormir criou um atraso de 40 minutos nos relógios biológicos dos participantes.

Beber café à noite afeta o sono. Não há surpresas. Este mesmo estudo, no entanto, teve um achado mais interessante.

Os pesquisadores não só testaram como a cafeína afetava o ritmo circadiano, mas também analisaram a luz. O resultado - luz brilhante atrasa mais o ritmo circadiano do que um expresso duplo. Muito mais, na verdade.

"A luz brilhante induziu [...] atrasos de fase circadiana em cerca de 85 minutos." O dobro do grupo que bebeu cafeína.

Entende porque a insônia e problemas para dormir são tão comuns na atualidade?

Nosso corpo está constantemente recebendo sinais do ambiente. Um dos sinais mais importantes, ainda que negligenciado, é o da luz ou da falta dela.

Durante milhões de anos, após o pôr do sol, nossas fontes de luz estavam limitadas ao fogo e em alguns dia, à lua - que, quando cheia, talvez seja o suficiente para perturbar o sono, como os lunáticos e lobisomens do folclore podem atestar.

Vivemos num período crítico, em que não só nos expomos à luzes intensas de espectro desequilibrado à noite, como quase não nos expomos ao sol durante o dia.

O ciclo básico, pulsante no âmago de nossa biologia está esquecido.

Todo o nosso metabolismo evoluiu com base nesse ciclo claro-escuro.

O primeiro grande golpe nesse ritmo foi a invenção da lâmpada incandescente, há menos de 150 anos atrás, e de alguns anos para cá, esse desequilíbrio cresceu absurdamente.

A troca de turno de trabalho, é um exemplo clássico dos riscos da quebra do ciclo circadiano.

Estar ativo quando se deveria estar em repouso e a estar em repouso quando se deveria estar ativo traz consequências desastrosas para a saúde física e mental, podendo acarretar nas doenças que caracterizam o quadro de dessincronização interna: insônia, distúrbios cardiovasculares e gastrointestinais, obesidade, depressão, ansiedade, estresse, diabetes, desregulação dos ritmos metabólicos e endócrinos, esterilidade, e até mesmo algumas formas de câncer (Stokkan et al., 2001; Knutsson, 2003; Haus e Smolensky, 2006; Salgado-Delgado et al., 2008).

Em trabalhadores noturnos, há um risco de câncer de mama 80% maior para as mulheres e três vezes o risco de câncer de próstata para homens.

Isto se deve em grande parte pelos baixos níveis de melatonina.

MELATONINA

Um dos aspectos mais importantes da parte noturna do ciclo circadiano é a produção de melatonina.

Esse poderoso hormônio está programado para ser liberado na ausência de luz, especialmente nas ausência de luz azul e verde.

A melatonina é o antioxidante mais poderoso do organismo, atuando no corpo todo, à nível de organelas celulares.

já existem inúmeras pesquisas relacionando o baixo nível de melatonina com maiores taxas de câncer e doenças diversas.

Quando os níveis de melatonina são perturbados e começam a cair, o ciclo de sono / vigília é colocado em desordem e o corpo não pode utilizar adequadamente a autofagia - um processo essencial de manutenção e limpeza celular.

A melatonina é fundamental não só para esse ciclo de sono / vigília, mas:

• É o mais poderoso antioxidante do organismo

• Reduz o estresse oxidativo

• Torna as mitocôndrias (as usinas de energia de sua célula) mais eficientes

• Reduz a pressão arterial

• Diminui os hormônios do estresse

Além disso,

1. Altos níveis de melatonina estão associados à prevenção do câncer. Ter maiores níveis de melatonina parece inibir o crescimento do tumor e impedir que os tumores se "espalhem" para outras áreas do corpo.

2. A Melatonina desempenha um papel importante no nosso sistema imunológico.

3. Baixos níveis de melatonina estão associados à privação de sono. E a privação do sono, por sua vez, diminui sua capacidade de pensar com clareza. A privação do sono também diminui seu desempenho físico.

4. Altos níveis de melatonina estão associados a melhores estados de humor.

5. A melatonina ajuda a prevenir e tratar doenças cardiovasculares.

Resumindo: A boa produção de melatonina à noite é um fator chave para a boa saúde.

ENTENDENDO MELHOR A LUZ

O que chamamos de luz é a parte visível do espectro eletromagnético. Na ciência, cada cor é definida por um comprimento de onda e uma frequência específica.

vermelho ~ 625-740 nm ~ 480-405 THz laranja ~ 590-625 nm ~ 510-480 THz amarelo ~ 565-590 nm ~ 530-510 THz verde ~ 500-565 nm ~ 600-530 THz ciano ~ 485-500 nm ~ 620-600 THz azul ~ 440-485 nm ~ 680-620 THz violeta ~ 380-440 nm ~ 790-680 THz

Acontece que a luz não apenas nos fornece estímulos para a construção de imagens e do campo visual, mas traz sinais que estimulam respostas fisiológicas específicas, primeiramente nos olhos e na pele, e a partir disso, no sistema nervoso, cérebro, órgãos e células.

A Luz não é apenas energia, mas informação, e traz uma mensagem para nossa biologia.

Além disso, nosso sistema é sensível à radiações que não percebemos visualmente, como o infra-vermelho e os raios ultravioleta, ambos com atuação essencial para a saúde física e psíquica.

Por exemplo os raios de ondas mais curtas, como o azul, estão mais presentes de manhã e no meio do dia e trazem esse sinal para o corpo, a mensagem básica é: agora é momento de estar desperto e se movimentando, a produção de cortisol deve estar no pico e a liberação de melatonina completamente interrompida.

Cortisol é chamado de hormônio do estresse, energiza o corpo e a mente para atuar no mundo exterior. É a contraparte da melatonina, que induz um estado de relaxamento e interiorização: sono e sonho.

OS PERIGOS DA ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL E DA LUZ AZUL

Como vimos, a luz azul (principalmente), mas também a verde, trazem a mensagem de que é meio dia e têm o efeito de inibir a melatonina e, alguns estudos indicam, estimular o cortisol.

As lâmpadas mais utilizadas, como de LED e fluorescentes apresentam picos de radiação nas ondas azuis, além de apresentarem quase nenhuma radiação vermelha e infra-vermelha.

Isso é simplesmente desastroso para nosso metabolismo.

Quando falamos de luz azul, não necessariamente a cor é azulada, já que está atuando em conjunto com outras frequências, são em geral de luminosidade branca, mas o seu impacto fisiológico está presente.

Nessas figuras vemos os espectros de diferentes lâmpadas e o do sol, o espectro solar é bem distribuído e equilibrado. As lâmpadas são bem diferentes.

A lâmpada incandescente lembra o espectro solar ao fim do dia, é uma lâmpada mais natural, mas ainda assim pode inibir a produção de melatonina por volta de 40%.

Já as lâmpadas LED e fluorescentes apresentam picos de certas frequência e a quase ausência de outras, algo desconhecido para o nosso organismo até pouco tempo. E como a função é iluminar e economizar energia elétrica, os picos são nas ondas mais brilhantes, como azul e verde, ao mesmo tempo que as ondas mais quentes - que consomem mais energia - como a vermelha, são suprimidas.

Em termos evolutivos, faz total sentido que as ondas longas como a vermelha e laranja tenham efeito mínimo ou nulo sobre a produção de melatonina, esse tipo de luminosidade é aquela produzida pelo fogo e pelas velas. As únicas fontes de luz que o homem conhecia antes da eletricidade.

Atualmente, fontes de luz azul incluem lâmpadas modernas, telas de computador, telefones celulares e TVs. Estímulo que antes existia somente em quantidades significativas nas horas de sol mais forte.

Tais estímulos podem ter efeitos amplos: em ciclos de sono e vigília, padrões alimentares, metabolismo, reprodução, alerta mental, pressão arterial e freqüência cardíaca, produção de hormônios, temperatura, padrões de humor e sistema imunológico.

Ponto importante: a luz azul natural, presente no espectro solar, é benéfica.

Este não é um assunto de importância relativa, mas vital, e nosso modo artificial de viver não pode deixar de ter consequências profundas.

Se você tem buscado ser mais saudável ou melhorar algum quadro específico de saúde sem levar em consideração estes aspectos, suas chances de sucesso são muito pequenas...

Mas, não precisamos confiar apenas na Sabedoria Atemporal da Natureza, nem no nosso instinto ou bom senso, pois a ciência está cada vez mais ilustrando como a disrupção circadiana, causada em grande parte pela iluminação artificial tem efeitos desastrosos para nossa saúde:

"Trocas de turno e outros tipos de trabalho fora do horário padrão aumentam o risco de se tornar obeso e desenvolver diabetes e outros distúrbios metabólicos, o que também aumenta o risco de doença cardíaca, derrame e câncer."

https://news.wsu.edu/2018/07/09/shift-work-disrupts-metabolism/

"A disrupção circadiana diário prejudica o desempenho cognitivo humano"

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29445188

O mal de Parkinson relacionado à danos no funcionamento da melanopsina, que é o pigmento sensível à luz azul nos olhos

" Função da pupila mediada pela melanopsina é prejudicada na doença de Parkinson".

https://www.nature.com/articles/s41598-018-26078-0

"A luz azul tem um lado escuro"

"A exposição noturna à luz azul, emitida por eletrônicos e lâmpadas eficientes, pode ser prejudicial à sua saúde."

https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/blue-light-has-a-dark-side

"Aumento global dos potenciais riscos à saúde causados pela perturbação circadiana induzida pela luz azul nas sociedades modernas."

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28649427

A luz afeta muito mais do que apenas os níveis da melatonina. Também influencia outros hormônios, como o cortisol, o hormônio do crescimento e a testosterona

A luz azul pode aumentar os níveis de insulina e açúcar no sangue.

A luz azul, especialmente à noite, causa resistência à insulina. Sabemos que a resistência à insulina leva a diabetes e a resistência à insulina no cérebro leva à doença de Alzheimer. É por isso que a doença de Alzheimer também é chamada de Diabetes Tipo 3.

Sem dúvida, a influência da luz azul e a disrupção do ciclo circadiano contribuem para a epidemia de depressão e toda a gama de distúrbios psíquicos, segundo alguns pesquisadores este é um elemento chave até mesmo em casos de suicídio.

" Associação entre a disrupção da ritmicidade circadiana com distúrbios de humor, sensação subjetiva de bem-estar e função cognitiva".

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2215036618301391?via=ihubBiobank

" O "timing" da exposição à luz afeta os circuitos cerebrais"

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5299389/

A luz azul é a que mais penetra nos olhos e é particularmente nociva para a estrutura física do olho, criando radicais livres e moléculas tóxicas que podem destruir a mácula e causar cegueira.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28386617

https://www.nature.com/articles/s41598-018-28254-8

Doenças auto-imunes, também tão comuns na atualidade, estão relacionadas com a disrupção circadiana.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29109286

Enfim, estes são alguns estudos para ilustração geral da importância desse tópico, existem muitos outros.

SOLUÇÕES

1. Evite a luz artificial durante a noite.

Eliminar qualquer luz artificial após o sol se pôr, utilizando apenas velas é o ideal - mas também praticamente irreal na atualidade. É uma opção bastante viável para a noite mais avançada, após as 21:00, por exemplo.

Durma em um quarto tão escuro quanto possível - de modo que você não consiga ver sua mão na frente do seu rosto (cubra qualquer rachadura que vaze luz com fita adesiva. Instale cortinas pretas e coloque toalhas na base das portas).

Desligue ou cubra todos os dispositivos eletrônicos que brilham.

Desligue o celular ou se precisar dele ligado por causa do despertador, deixe no modo avião e distante da cama. Desligue o wifi também.

2. Troque as lâmpadas Leds e fluorescentes por lâmpadas incandescentes e halógenas. Lâmpadas vermelhas são ainda melhores.

Além de terem uma luminosidade que se aproxima da luz natural, com menor predominância de ondas azuis, as lâmpadas incandescentes apresentam uma luminosidade contínua, diferente das fluorescentes e da maioria das Leds, que oscilam de acordo com a alternância da corrente elétrica, estas piscam rapidamente (flickering), muitas vezes de modo imperceptível, o que causa um estímulo excessivo nos olhos e no sistema nervoso, aumentando o estresse e causando sintomas como olhos cansados, dores de cabeça e em pessoas mais sensíveis, enxaquecas.

3. Minimize o uso de computadores, celulares e televisão (você ainda tem uma?). Instale filtros de luz azul nos computadores e no celulares.

Para computadores, o programa que eu uso e recomendo é o Iris, que além de filtrar a luz azul tem diversas aplicações, como neutralizar a cintilação ou "flickering", que contribui para olhos cansados, dor de cabeça e outras coisas.

Através do link abaixo, você consegue 10% de desconto.

Este, sem dúvida, é o melhor programa para computadores, após instalado, é possível selecionar o português.

Um software gratuito que também funciona bem é o f.lux, era o que eu utilizava antes de adquirir o Iris.

Para celulares, existe o aplicativo Twilight para Android.

No iphone existe a opção night shift nas configurações.

Recomendo bastante essas maneiras de se proteger, a diferença é enorme.

4. Use óculos bloqueadores de luz azul.

Isso é crucial hoje em dia, o irônico é que as pessoas usam óculos escuros durante o dia se PRIVANDO da LUZ NATURAL e não percebem a NECESSIDADE de se PROTEGER DA LUZ ARTIFICIAL.

Trocar os óculos escuros do dia pelos óculos bloqueadores de luz azul de noite é algo que pode melhorar sua qualidade de vida radicalmente.

Estes óculos protegem os olhos dos danos físicos da luz azul, assim como a secreção de melatonina, contribuindo para a qualidade do sono, regeneração do organismo e equilíbrio hormonal e são um dos melhores recursos para neutralizar ou amenizar os danos deste desequilíbrio moderno.

Os óculos de lentes límpidas de ótica que dizem bloquear a luz azul não funcionam, bloqueiam apenas a fração vibratória mais próxima do violeta, protegem um pouco a retina, mas não o sistema hormonal - além de serem extremamente caros.

Os melhores óculos bloqueadores de luz azul estão disponíveis na ótica Livrefluxo.

5. Exponha-se ao sol e à luminosidade natural durante o dia.

Isso é absolutamente indispensável e você encontra mais informações sobre a importância do sol para a saúde em outros artigos e na página do facebook.

É durante o dia, principalmente no seu começo, que a luz azul NATURAL é saudável e necessária.

Idealmente se exponha ao sol logo após acordar, sem óculos, lentes e com o mínimo de roupa, de vinte minutos a uma hora é um tempo legal, mas mesmo 5 minutos serão benéficos. Isso sincroniza seu relógio biológico, além de estimular hormônios e neurotransmissores como a dopamina e serotonina, responsáveis pela motivação e bem-estar.

A radiação infra-vermelha possui inúmeros benefícios, dentre os quais, diminui a inflamação, estimula a produção de energia pelas mitocôndrias, contribui para a regeneração, desintoxicação e recuperação de tecidos.

A radiação UVA estimula a liberação de óxido nítrico, que dilata os vasos sanguíneos, equilibrando a pressão arterial e contribuindo para a saúde do sistema vascular, além disso ativa a produção de dopamina e serotonina.

A radiação UVB produz vitamina D.

A luz brilhante do começo do dia estimula o cortisol, que tem efeito estimulante e energizante e a luz do sol também estimula a produção de endorfinas, que causam relaxamento, bem-estar e diminuem a sensibilidade à dor (são analgésicos endógenos).

Se você trabalha em casa, faça pausas e vá para fora. Se possível, trabalhe em um ambiente iluminado e com luz natural.

Exponha-se ao sol em diferentes períodos do dia.

CONCLUSÃO

A Luz natural e a escuridão apropriada são elementos vitais negligenciados na atualidade.

Precisamos expandir nossa compreensão nutricional com o entendimento claro que a física precede a química, ou seja, nossa nutrição vibratória pode nos influenciar em níveis mais profundos do que a alimentação.

Vida é ritmo.

Trocamos o ritmo pela rotina.

e adoecemos.

Mas esse ritmo ainda pulsa em nós e à nossa volta.

Vamos co-criar uma nova Música

e dançar.

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https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/blue-light-has-a-dark-side

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29251065

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